Markus Schaaf, “baiano quase alemão”, nascido em Menden, Alemanha, chegou ao Brasil pela primeira vez em 1985. Músico de formação erudita, conhecido como Marcus Castelo. Ainda na Alemanha em 1994, nas viagens entre Ruhrgebiet (Polo Industrial) e a Bahia, fez a Primeira Exposição Individual em Dortmund, de objetos e instalações com elementos insólitos, naturais e sucata do mundo industrializado.
Homem de grande sensibilidade e muita percepção começou suas experiências pictóricas no ano de 2000, inspirando-se nas obras abstratas dos pintores modernistas, o russo Wassily Kandinsky e o espanhol Juan Miró. Estas composições de cunho onírico lembram músicas, certamente influência de suas composições sonoras, ofício de toda sua vida. É importante enfatizar que Chaf, ainda que possa aparentar um iniciante autodidata, seus trabalhos têm a força inerente dos velhos pintores.
Suas obras atuais de cunho figurativo despertam os mais insensíveis. Ao contrario dos artistas de formação acadêmica, deu um salto do abstrato ao figurativo, com uma avidez própria do começo, mas com muita peculiaridade. Desta vez, este artista se inspira principalmente no cinema italiano de Federico Fellini e Michelangelo Antonioni como “La dolce vita”, e “La notte” respectivamente, com Marcello Mastroianni, Anita Ekberg e Claudia Cardinale entre outros.
Suas composições na grande maioria em preto e branco, outras vezes temperadas com veladuras em cor sépia ganham características das cenas cinematográficas, ou fotografias antigas, que provavelmente brotam do inconsciente. Pode-se notar nesta série, também uma herança da gravura expressionista alemã, de sua terra Natal.
Nas penúltimas obras começa de maneira tímida utilizar a cor como elemento de separação das imagens segundo palavras suas; imagens que povoam suas telas, em verdadeiros diálogos que ele denomina de “relações humanas”, e contracenas em diferentes planos, no entanto sem preocupação com qualquer forma de perspectiva, ou espaço especifico, tecnicamente apresentando aspectos de desenhos, croquis feitos a carvão, muito bem estruturados.
Quero destacar aqui, a obra “A NOITE”, onde o artista usa elementos da Pop Arte, encerrando um casal em um grande coração vermelho, alusão ao amor.
Também em seus trabalhos é comum encontrar personagens de músicos com seus relativos instrumentos, tocadores de jazz e outras cenas do cotidiano extraídas dos anos 60, estas composições nos impressionam pela quantidade de personagens que transitam em festas ou espaços de intenso fluxo. É comum o diálogo entre casais, característica de sua fonte de inspiração: o cinema. Pode-se dizer que a arte de Chaf é uma releitura bem sucedida do glorioso passado do cinema preto e branco.
Salvador, 18 de agosto de 2007
Graça Ramos
Artista Plástica
Doutora em Belas Artes
Professora Titular da Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia
A Singularidade da Pintura de Chaf
Chaf é um artista singular que elegeu a musica como meio de expressão, passando depois a desenvolver suas idéias também na arte visual. No seu atelier, surpreendente desde a localização - bucólico recanto verde, jamais imaginado entre paredes e muros das múltiplas edificações que o escondem - o artista criou harmonioso espaço para trabalhar e expor suas telas, esculturas e objetos que passam conceitos.
Na pintura, mola mestra da sua arte, Chaf encara o realismo, motivado na figura humana, priorizando a expressão ao aproxima-las. Na grande
maioria das telas, trabalha múltiplas figuras em diferentes ações que abordam a vida.
O trato do artista com a musica ressai quando leva o espectador a compartilhar do seu sentimento, ao passar nas telas o que lhe despertaram seus cineastas prediletos, como Fellini, preservando a harmonia nos tons baixos, e a cadencia dos movimentos, na singularidade do seu estilo.
Matilde Matos
(da ABCA e AICA)
Chaf é um artista singular que elegeu a musica como meio de expressão, passando depois a desenvolver suas idéias também na arte visual. No seu atelier, surpreendente desde a localização - bucólico recanto verde, jamais imaginado entre paredes e muros das múltiplas edificações que o escondem - o artista criou harmonioso espaço para trabalhar e expor suas telas, esculturas e objetos que passam conceitos.
Na pintura, mola mestra da sua arte, Chaf encara o realismo, motivado na figura humana, priorizando a expressão ao aproxima-las. Na grande
maioria das telas, trabalha múltiplas figuras em diferentes ações que abordam a vida.
O trato do artista com a musica ressai quando leva o espectador a compartilhar do seu sentimento, ao passar nas telas o que lhe despertaram seus cineastas prediletos, como Fellini, preservando a harmonia nos tons baixos, e a cadencia dos movimentos, na singularidade do seu estilo.
Matilde Matos
(da ABCA e AICA)